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A mostrar mensagens de maio, 2010

O DOMINGO

O domingo, dia do senhor, povoava as ruas da aldeia. Os habitantes das "quintas" vinham ouvir a  "Santa Missa" e à tarde conviviam e jogavam à péla. Era o dia do encontro e do descanso. Artur, em França, lembrava as tardes passadas nestas actividades lúdicas. Fora aqui que conhecera melhor Florinda, com que quem se enamorara e viera a casar. António, filho destes, seguira-lhes os passos e era dos primeiros a chegar para fazer parte das equipas. O banco da D. Purificação já se encontrava posicionado ao fundo da rua, para receber as bolas certeiras dos jogadores. Os mais jovens eram os primeiros a participar. Para a bola, era um dia de tortura enquanto que para o António, a Ana, o Quim, o Rafael e a Feliciana eram momentos de convívio e de liberdade. A taberna do Sr. Sebastião enchia-se de gente. Uns bebiam um copito enquanto jogavam à sueca; outros, os mais jovens, bebiam uma "Sagres" acompanhada de amendoins e tremoços; os pequenos contentavam-se com um pe

A MERCEARIA

Este episódio chegara aos ouvidos de Florinda, esposa de Artur, através do Igrejas, o sacristão. Este percorria de lés alés a aldeia, ávido de saber novas. A mercearia era a redacção onde se organizavam as notícias, havendo sempre uma ajudinha da D. Carlota, na divulgação das mesmas. Muitos dos clientes que angariava, era fruto da curiosidade popular: "saber da vilha alheia". Por isso, esta era de facto uma "notícia" bombástica: "O filho do Sr. Luís foge com a filha da Sra. Professora". - Um rapariga tão prendada, filha de D. Rute, fugir com aquele pelintra! - Exclamava D. Carlota. - É uma vergonha! - Concordava o Igrejas. - Mas culpado não é a menina! O culpado é aquele desgraçado que pensa por estudar na grande cidade pode fazer o que lhe apetece! - Acrescentou D. Miquinhas, a empregada do Sr. Abade - Para tomarem esta atitude é porque lá tinham as suas razões!- Contrariou Florinda. D. Miquinha com um ar reprovativo replicou: - Não me diga que ainda os e