"Como é que alguém pode deixar de sonhar tão cedo?

A paisagem campreste, obra de arte do criador, era igual todos os anos. As flores das mimosas eram as primeiras a visitar o ser humano a quem o Criador se manifesta da melhor maneira.
Lá longe, Artur continuava a sua labuta diária, com o coração sempre presente nesta terra que parecia não ter coração. O sonho de um futuro melhor para ele e para o seus não era uma utopia.
Recebera uma carta de sua mulher onde esta expressava a saudades do seu sorriso e do seu carinho. Aproveitava também para lhe contar as "novas" da freguesia. O Aventoinha perecera nas pedras da calçada durante uma noite fria de Inverno. O maldito vício vencera pois aniquilara cobardemente mais um a quem a força do amor humano faltara. Aventoinha não tivera o carinho da mãe que morrera ainda muito nova. Nunca ultrapassara esta falta de afecto.
Artur, lá longe, reflectia e interrogava-se "Como é que alguém pode deixar de sonhar tão cedo!".

Comentários

clara umbra disse…
Muito bem, parabéns pelo blogue!
Está suspenso ou abandonado? :) Preterido pelo Figueirola (também já espreitei!)?

Clara AKA Margarete ;)

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