QUEM NÃO SE ARRISCA A UMA DERROTA JAMAIS ALCANÇARÁ UMA VITÓRIA

Entretanto, na rua principal, junto ao pelourinho, documento vivo da importância que a aldeia tivera em tempos idos, encontrava-se a tasca do Tio Zé. Era um local com um grande balcão em madeira, coberto por uma tira de mármore. As mesas em feitio de um pipo, tornavam aquele espaço romântico, ou melhor, pré-romântico. Raro era o dia em que não havia um joguito de sueca. Por vezes, o jogo era de tal modo vivido e complementado pelos copos, que chegava a haver pancadaria entre os ilustres jogadores.
Naquela noite, encontrava-se Artur a conversar com João Carlos. Os temas das conversas eram sobre futebol, política e as novidades que entretanto iam surgindo na aldeia. O aproximar das eleições, tornava o tema das autárquicas de uma actualidade extrema. A determinada altura diz o Artur:
-Quase nem era necessário haver eleições. Já todos sabem quem vai ganhar.
- Infelizmente, falta gente de coragem para enfrentar o poder instalado.
- Em França, verifica-se uma rotação nos executivos do poder local. disse o emigrante.
- Como consequência, o país é mais desenvolvido que o nosso.- Concluiu Artur.
-Tens razão. Mas porque não arranjas uma equipa te candidatas, Artur?- sugeriu o emigrante.
-Terias todo o meu apoio.- Concluiu o Quim Zé.
- É muito difícil!
Artur regressou a casa, pensativo.
Como era habitual, fez a sua leitura antes de deitar e a determinada altura leu uma frase que seria a resposta para as suas dúvidas: "Quem não se arrisca a uma derrota, jamais alcançará uma vitória".

Comentários

J. B. disse…
Amigo J Paulo
Nao conhecia esses dotes de escritor... Parabéns!
Estarei atento a novos textos.
Abraço
Obrigado pelos vossos comentários!Escritor, José Brás? Não brinques. São só pequenas conversas como papel, inspirado um pouco na aldeia que me viu nascer.
Abraços

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